domingo, 27 de dezembro de 2009

Na Madalena - O Mar



O mar estava lá.
Forte e colossal,
Rompendo a terra
Com beijos de espuma
Brancos e frescos...
Esfolava os calhaus
Espreguiçando-se na areia .
Eu estava lá e vi:
O céu cinzento,
As escarpas molhadas
As folhas esfregadas,
O solário sem sol,
E calhau indesejados
Povoando a promenade.

Todos aterrados,
olhávamos as ondas,
Indo e vindo
Rolando e explodindo,
Mas naquela força bruta,
O mar espreguiçava-se
E a areia afagava ternurenta
Os seus longos cabelos de algas,
E ele contente agradecia em brados
De roliços calhaus rolando.
E o rumrum amoroso
Lá ficou entre a terra e o mar,
Mas ao longe continuam os gemidos
Lânguidos dos eternos amantes.

- Ó mar! Ó desgrenhado mar,
Quando te encontras com a terra,
Da praia fazes abraço,
E o roliçar dos calhaus
É a tua forma de amar.

1 comentário:

  1. De um lado o mar, do outro a escarpa ... até em casa achei assustador, imaginem neste local....
    É a natureza a lembrar-nos (mais uma vez) que pode muito mais que nós. E que, mesmo bela, está zangada.

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