quinta-feira, 17 de dezembro de 2009

Onde o verde toca o céu





No alto dos nossos grandes montes,
ondulantes nuvens algodoam os píncaros.
E lençóis alvos de macia e fofa lã
Atiram-se aos verdes das encostas
à procura desesperada do mar.
O casario, dependurado das achadas
Sorri, branquejando os breves ecos
das cascatas, dos ribeiros e levadas.
E os nossos olhos, extasiados,
bebem dessa beleza da manhã
que respiram da pura natureza.
Aqui, onde a terra virgem toca o céu,
E o seu amor enorme, incontido,
em chuva miúda, silenciosa,vertido,
pouco a pouco, a cantar cresce
e se organiza em orquestra ruidosa,
Que ribomba pelas estreitas ribeiras,
Correndo louca, ébria, sem vagar
Em busca da sua antiga morada azul
E fogosa, na foz, se abraça ao mar!

2 comentários:

  1. Tenho saudades de andar por estes paraísos: as palavras ajudam a matá-las. Identifiquei-me com o verso "à procura desesperada do mar"... estranho ;)

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  2. Mar que vês da tua janela, ou não? Sabe-te a pouco?

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